domingo, 6 de novembro de 2011

Parto pélvico





No final de uma gravidez unifetal cerca de 2-4% dos bebés tem uma apresentação pélvica, isto é, estão sentados, tendo as nádegas, os pés ou ambos junto ao colo uterino. Existem alguns factores de risco para que isso aconteça: deformações uterinas, excesso ou escassez de líquido amniótico, mulheres que já tiveram vários filhos,… O diagnóstico pode ser efectuado através da palpação abdominal, toque vaginal, localização do foco de auscultação fetal e ecografia obstétrica.
Perante uma grávida cujo feto encontra-se pélvico há três possibilidades: programação de uma cesariana, versão cefálica externa e atitude expectante com vista ao parto pélvico por via vaginal.
A versão cefálica externa visa, através de manobras operadas sobre o abdómen da grávida, virar o bebé de modo que a cabeça fique virada para baixo. A técnica é executada por volta das 37 semanas num local com possibilidade de cesariana de emergência pelo risco de sofrimento fetal (1% dos casos). Deve haver vigilância com CTG, a bolsa de águas deve estar intacta e administra-se imunoglobulina anti-D às grávidas Rh negativas.
O parto pélvico vaginal, globalmente, acarreta maiores riscos fetais relacionados com hipóxia (falta de oxigenação adequada) e traumatismo. Assim, é importante que a grávida seja esclarecida e consinta a sua realização. Existem algumas situações em que o parto pélvico vaginal afigura-se como uma opção adequada: se a grávida chegar ao Serviço de Urgência em período expulsivo; se o 2.º gémeo estiver em apresentação pélvica; se, antecipadamente, constatar-se que o peso estimado varia entre 2000-3500g, a cabeça está flectida, as nádegas (e não os pés) estão junto ao colo uterino, a bacia parece adequada, a bolsa de águas permanece intacta até à fase activa do trabalho e parto e a equipa médica tem experiência neste tipo de parto. O nascimento deve ser espontâneo até ao umbigo, altura em que se tracciona ligeiramente o cordão umbilical; a expulsão dos membros inferiores pode ser espontânea ou ajudada; a partir da expulsão dos membros superiores, que ocorre com auxílio de determinadas manobras, faz-se pressão supra-púbica para manter a cabeça flectida; a expulsão da cabeça pode ocorrer apenas com o esforço materno, com recurso a manobras apropriadas ou com o auxílio do fórceps de Piper.
(Imagens: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/presentations/100193_2.htm; http://baptisteast.adam.com/content.aspx?productId=14&pid=14&gid=000152; http://helid.digicollection.org/fr/d/Jwho43e/5.2.6.html#Jwho43e.5.2.6; http://www.csaol.cn/img/Hypertextbook/a/f14-2.htm)