domingo, 14 de março de 2010

Cesariana


A cesariana é uma cirurgia que permite a extracção do feto por via abdominal. O procedimento requer a presença de dois médicos. Após a desinfecção da barriga da grávida, são colocados os campos cirúrgicos esterilizados. É feita uma incisão transversal na região supra-púbica. Em seguida, é aberto o tecido subcutâneo e a bainha (aponevrose) que reveste os músculos abdominais, os quais são, posteriormente, afastados. Depois, é aberto o peritoneu, a parede anterior do útero e a membrana amniótica. Segue-se a extracção do bebé e da placenta. O útero é suturado e, subsequentemente, faz-se a revisão da cavidade pélvica, limpando-a. A aponevrose e o tecido subcutâneo, quando espesso, também são suturados. A pele pode ser encerrada com agrafes, pontos separados ou sutura contínua intradérmica.
A cesariana pode ser programada quando existe uma contra-indicação ao parto vaginal detectada durante a gravidez, por exemplo, placenta prévia. Outras cesarianas são realizadas durante o trabalho de parto por suspeita de sofrimento fetal, paragem da dilatação, suspeita de incompatibilidade feto-pélvica,... Certas intervenções são feitas num clima de emergência como no caso de um descolamento de placenta.
As principais complicações são: trombose venosa, embolia pulmonar, infecção da parede abdominal, lesão acidental de estruturas abdominais como a bexiga, hemorragia extensa com necessidade de histerectomia e risco de rotura do útero na gravidez seguinte.
(Imagem: http://www.newbornhelpline.com/images/cesarean1.jpg)

Dispositivo intratubário


A colocação de um dispositivo intratubário é uma técnica de contracepção definitiva que consiste no encerramento das trompas de Falópio, impedindo a fecundação dos óvulos. O procedimento não requer anestesia, pode ser efectuado em regime de ambulatório e tem uma curta duração.
A introdução faz-se com recurso à histeroscopia (Saúde da Mulher 17/10/2009), uma técnica que permite a visualização do interior da cavidade uterina através da vagina e do colo do útero. Após a identificação dos orifícios das trompas, os dispositivos (fibras de polietileno envoltas numa hélice de níquel e titânio com 4 cm) penetram nas trompas de Falópio com o auxílio do fio guia. Em 2 a 3% de doentes o dispositivo é impossível de colocar.
A mulher pode retomar a sua vida quotidiana logo após este processo. Ao longo de 3 meses a presença dos dispositivos irá induzir uma reacção de fibrose no interior das trompas, condicionando a sua obliteração. Contudo, nestes primeiros meses o dispositivo não é eficaz pelo que a mulher deve manter um outro método contraceptivo. No final desse período é realizada uma radiografia simples da bacia. Se estiver tudo bem a paciente pode interromper o método contraceptivo adicional. Em caso de dúvida é efectuada uma histerossalpingografia (exame radiológico em que é introduzido contraste pelo colo uterino) para verificar se as trompas estão ocluídas. Na rara hipótese de não ter sido eficaz, a paciente pode ser proposta para laqueação de trompas por laparoscopia.
Este método não está associado a complicações graves, não altera os ciclos menstruais, a vida sexual nem a menopausa; não implica anestesia, cicatrizes nem hospitalização. Trata-se de um processo irreversível com uma taxa de sucesso muito próxima de 100% no que respeita à prevenção de gravidezes indesejadas.
(Imagem: http://www.cmdrc.com/Data/Images/Essure-w.jpg)

Fórceps


O fórceps é um instrumento metálico constituído por dois ramos e permite a tracção e a rotação da cabeça do feto. Cada ramo é composto por uma colher, uma peça intermediária e um cabo. A colher é, geralmente, fenestrada; tem uma curvatura pélvica (convexa) que se apoia na bacia da mãe e uma curvatura cefálica (côncava) que contacta com a cabeça do bebé. A forma mais frequente de articulação dos dois ramos consiste no encaixe por deslizamento (articulação inglesa). Existem diversos tipos de fórceps: Simpson, Naegelle, Kielland, Piper,…
As suas indicações são: período expulsivo prolongado, exaustão materna, suspeita de sofrimento fetal na fase final do trabalho de parto, necessidade de abreviar o período expulsivo devido a uma doença materna e retenção da cabeça num parto pélvico (bebés que nascem de nádegas).
É importante cumprir alguns pré-requisitos: posicionar a grávida na marquesa e esclarecê-la acerca do procedimento; dilatação completa; contracções regulares; bolsa amniótica rota; não haver suspeita de incompatibilidade feto-pélvica; bexiga materna vazia; analgesia adequada; total conhecimento da posição da cabeça do bebé, a qual deve estar suficientemente descida no canal de parto; presença de médicos e de enfermeiros com experiência; sala operatória disponível.
O fórceps é inicialmente montado na mesa de apoio. Cada ramo é introduzido suavemente e a sua articulação deve ocorrer facilmente. A tracção é exercida em simultâneo com as contracções uterinas e os esforços expulsivos da grávida. Neste tipo de parto recomenda-se a protecção do períneo e a realização de uma episiotomia. Os ramos são desarticulados após a exteriorização da cabeça.
Existem algumas complicações associadas, nomeadamente, escoriações e equimoses do couro cabeludo e da face, hemorragia sob o escalpe ou intracraniana, lesão neurológica, fracturas ósseas e traumatismo do canal de parto.
(Imagem: http://www.smasterent.com/images/new/dispos2.gif)