quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Quanto tempo dura uma gravidez?


A correcta datação de uma gravidez é fundamental para se obter um desfecho materno-fetal favorável. A programação dos exames complementares de diagnóstico e a tomada de decisões clínicas requer o conhecimento do tempo de gestação. Popularmente diz-se que uma gravidez dura 9 meses e, embora isso não esteja longe da verdade científica, é mais acertado afirmar-se que uma gestação dura 280 dias, ou seja, 40 semanas. O início da contagem corresponde ao primeiro dia do último período menstrual e não está, de modo algum, relacionado com o dia da ovulação nem da fecundação. Existem programas informáticos e calendários circulares que auxiliam o cálculo. Há um processo simples de determinar, aproximadamente, o dia em que a grávida completa 40 semanas; trata-se da regra de Naegele que consiste em subtrair 3 ao mês (em certas datas poderá ser mais fácil somar 9) e somar 7 ao dia da última menstruação (exemplo: primeiro dia da última menstruação a 14/05/2009, logo, completará as 40 semanas a 21/02/2010).
A datação com base nos ciclos menstruais pressupõe a sua regularidade e o registo minucioso dos períodos menstruais. Surgiu então a necessidade de utilizar um método com maior precisão: a medição do embrião através de uma ecografia precoce. O seu fundamento reside no facto de os embriões desenvolverem-se a igual ritmo numa fase inicial; a precisão da datação ecográfica esvanece-se à medida que a gravidez avança. Uma vez mais, a idade gestacional fornecida pela ecografia não está relacionada com o dia da fecundação ou da ovulação.
A gravidez, o amadurecimento do bebé e o início do trabalho de parto não são fenómenos matemáticos, daí que se considere que o “termo” da gravidez inicia-se às 37 semanas + 0 dias e prolonga-se até às 42 semanas + 0 dias. Antes desse intervalo de tempo nascem os bebés pré-termo ou prematuros e, após esse período, a gravidez designa-se de prolongada ou pós-termo.
(Imagem: http://www.i-am-pregnant.com/img/pw1.GIF)

DIU


O dispositivo intra-uterino (DIU) é um eficaz método contraceptivo, amplamente difundido em Portugal. Consiste numa estrutura cuja forma varia segundo a marca comercial, que contém uma haste de cobre e cuja duração pode atingir 5 anos. O mecanismo de acção envolve a criação de um ambiente hostil para os espermatozóides e óvulos a nível do útero e das trompas de Falópio. Ao contrário dos métodos hormonais, não impede a ovulação.
A inserção é efectuada num consultório, preferencialmente durante o período menstrual. A mulher posiciona-se na marquesa ginecológica e o médico desinfecta a sua vagina. Seguidamente, coloca uma pinça no colo do útero, introduz um instrumento (histerómetro) para medir o tamanho daquele órgão e, tendo em conta esse valor, insere o DIU de acordo com as especificações da empresa que o produz. No final do procedimento ficam apenas visíveis dois fios, exteriorizados através do colo do útero, que permitem a remoção segura do DIU e não afectam a vida sexual. Todo o processo é um pouco desconfortável, requer uma adequada colaboração por parte da mulher e torna-se mais fácil se já tiver ocorrido um parto vaginal.
Trata-se de um método que não requer uma lembrança diária ou semanal, não é afectado por vómitos ou diarreia, pode ser utilizado em mulheres com contraindicação para métodos hormonais, não interfere com a amamentação, tem uma eficácia logo após a colocação e permite retomar a fertilidade imediatamente após a remoção. Por outro lado, está associado a alguns riscos como a perfuração do útero, deslocação do aparelho e perda de eficácia, doença inflamatória pélvica, aumento da probabilidade de gravidez ectópica caso a mulher engravide, irregularidades menstruais, aumento do fluxo e dor pélvica. O DIU não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis.
Antes de optar por um determinado método contraceptivo, discuta com o seu Ginecologista os riscos, benefícios e alternativas.
(Imagem: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/images/ency/fullsize/17078.jpg)

Diabetes Gestacional: tratamento


Após o diagnóstico de diabetes gestacional (DG) é fundamental que a gravidez passe a ser vigiada por um Obstetra e não apenas nos cuidados primários de saúde. Em primeiro lugar há que avaliar a glicemia capilar, isto é, os níveis de açúcar no sangue obtido através de picada no dedo. É pedido à grávida que avalie e registe os valores em jejum, antes e depois das refeições. Simultaneamente, é indicada uma dieta, a qual deve ser cumprida com rigor: é aconselhável fazer pequenas refeições várias vezes por dia, os doces estão proibidos e não deve misturar hidratos de carbono na mesma refeição (por exemplo: batata e arroz). Peça ao seu médico uma lista completa dos alimentos permitidos e dos que não estão recomendados.
Quando os níveis de glicemia capilar continuam elevados apesar dos cuidados dietéticos, o seu médico irá receitar insulina, uma hormona injectável que ajuda a baixar os níveis de açúcar no sangue. A insulina pode ter dois tipos de actuação: rápida e prolongada no tempo. É indispensável que compreenda correctamente qual o tipo de insulina a administrar, quando, como e em que dose. Pode colocar a sua vida em risco se se injectar de modo incorrecto.
Durante o trabalho de parto, para além da monitorização da frequência cardíaca do bebé e das contracções do útero, é vigiada a glicemia capilar e pode ser necessário adicionar insulina ao soro endovenoso. A equipa médica irá avaliar a progressão da dilatação e da descida da cabeça do bebé, a estimativa de peso e o bem-estar fetal, decidindo se existem condições para um parto por via vaginal ou se está indicada cesariana. Os bebés de mães com DG são mais pesados e precisam de uma vigilância rigorosa nas primeiras horas, incluindo a determinação dos níveis de açúcar no sangue.
Lembre-se que o controlo da DG é extremamente importante para o bebé não entrar em sofrimento e desenvolver-se adequadamente antes e após o nascimento.
(Imagem: http://www.pharmaceutical-technology.com/projects/chartres/images/NOVO-2.jpg)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Anel Vaginal


O anel vaginal é um método contraceptivo. A única marca disponível em Portugal é a Nuvaring®. Trata-se de um anel com 5 cm de diâmetro, transparente, flexível, de textura suave e impregnado com duas hormonas: etinilestradiol e etonogestrel, que são absorvidas pelo organismo, impedem a ovulação e tornam o muco cervical mais espesso.
O anel deve ser introduzido na vagina no 1.º dia da menstruação e removido no 21.º dia do ciclo. Segue-se uma semana de intervalo, durante a qual é previsível que ocorra uma hemorragia. O anel seguinte deve ser colocado no 29.º dia (1.º dia do ciclo seguinte), no mesmo dia de semana em que o 1.º foi inserido. Uma dica prática: assinale num calendário os dias da colocação e remoção.
Quando está bem colocado o anel não é sentido pela mulher, não interfere com a vida quotidiana, nem com a actividade sexual (mesmo usando simultaneamente preservativo), nem com o exame ginecológico. Caso sinta o anel, empurre-o um pouco mais para o interior da vagina. Caso o anel saia, basta passá-lo por água morna ou fria e voltar a introduzi-lo; a sua eficácia não fica diminuída se o intervalo de tempo até à recolocação for inferior a 3 horas. Caso permaneça no exterior mais do esse período, deve consultar o folheto informativo pois as atitudes variam conforme o tempo que esteve no exterior e a semana do ciclo em que se encontra.
Antes de ser prescrito o anel vaginal, o seu Ginecologista irá questioná-la acerca do seu historial clínico e efectuará um exame médico para avaliar se existe alguma contraindicação aos métodos hormonais. Quando lhe for receitado algum medicamento deve informar que é portadora de anel vaginal. Podem ocorrer algumas irregularidades menstruais, dores de cabeça ou tensão mamária durante os primeiros meses. O anel vaginal não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis e a mulher retoma a sua fertilidade logo após a interrupção do seu uso.
(Imagem: http://www.planning-familial.org/themes/theme02-contraception/pictos/nuvaring.jpg)

Ecografia do 1.º trimestre



As ecografias realizadas ao longo da gravidez são valiosas e permitem a tomada de decisões em várias circunstâncias. Existem intervalos de tempo considerados períodos chave para o diagnóstico ecográfico. A Direcção Geral de Saúde recomenda que a ecografia do 1.º trimestre seja realizada entre as 11 e as 13 semanas e 6 dias. Mesmo que a grávida já tenha feito uma ecografia anteriormente, deve repeti-la.
Este exame tem vários objectivos e potencialidades. Permite datar a gravidez (determinar o tempo exacto de gestação, uma vez que o cálculo baseado na última menstruação é menos fiável). Avalia se o feto tem boa vitalidade. Possibilita o diagnóstico de uma gravidez de gémeos e, assim sendo, determina o número de placentas e bolsas amnióticas. A maioria das pessoas refere-se, erradamente, à ecografia do 2.º trimestre como a única avaliação morfológica. A ecografia do 1.º trimestre é também um exame morfológico, capaz de observar a anatomia do feto e detectar anomalias no sistema nervoso central, coluna vertebral, membros,... Esta ecografia é uma excelente ferramenta para o rastreio de doenças dos cromossomas como a trissomia 21, através da análise de parâmetros como a translucência da nuca e os ossos do nariz. A medição do colo do útero é importante pois pode levar a que se tomem medidas para evitar um aborto. A análise das artérias uterinas tem interesse para a sinalização dos casos em que há risco de doenças relacionadas com a placenta como a pré-eclâmpsia. Em muitas destas ecografias é possível satisfazer a curiosidade dos pais no que respeita ao sexo da futura criança.
Como se pode constatar são muitas as aplicações da ecografia do 1.º trimestre, sendo fundamental realizá-la no período acima referido. Preferencialmente deve planear a sua gravidez e, logo que engravide, deve recorrer a uma consulta médica de forma a organizar os exames de rotina da vigilância da gestação.
(Imagem: http://www.childrenscentralcal.org/HealthE/PublishingImages/em_2614.jpg; http://www.obgyn.net/US/news_articles/worrall/Nuchtran.jpg)

Síndrome do Ovário Poliquístico


A síndrome do ovário poliquístico (SOP) é uma doença endócrina benigna que afecta 5 a 10% das mulheres e envolve uma disfunção do hipotálamo, hipófise e ovários. O quadro clínico destas doentes caracteriza-se por obesidade, hirsutismo (excesso de pêlos), acne, oligomenorreia (intervalos de tempo superiores a 35 dias entre os períodos menstruais), amenorreia (ausência de menstruação), presença de muitos quistos de pequenas dimensões nos ovários e dificuldade em engravidar.
A colheita da história clínica deve ser cuidadosa e engloba perguntas sobre o problema actual e sobre o historial médico da doente. Segue-se o exame objectivo geral e ginecológico. Perante a suspeita de SOP o seu Ginecologista irá solicitar algumas análises e uma ecografia pélvica.
O tratamento incide sobre diversos aspectos. É importante uma redução do peso e a adopção de estilos de vida saudáveis. Tendo em conta que as manifestações exteriores (acne e hirsutismo) resultam do excesso de androgénios, a administração de medicamentos que os reduzem é uma parte da terapêutica; como 1.ª linha estão indicados alguns tipos de pílula contraceptiva. A ausência de longos períodos sem menstruação, no contexto de SOP, é um sintoma a valorizar pois o risco de proliferação do endométrio (camada que reveste o interior do útero) é grande, podendo originar uma neoplasia. Os medicamentos à base de progesterona e combinações de progesterona e estrogénios são opções com bastante êxito. Por fim, surge a questão da infertilidade: é fundamental uma avaliação completa do casal para averiguar se existem outros factores envolvidos; quando o problema é apenas a SOP, a administração controlada de indutores da ovulação é suficiente na maioria das situações.
Caso tenha ou suspeite ter SOP deve ser acompanhada numa consulta de Ginecologia para observação médica, orientação terapêutica e prevenção de complicações.
(Imagem: http://1.bp.blogspot.com/_6IRe-78zscA/STfNKeeypGI/AAAAAAAACFg/l3NZmX3Av58/s400/pcos3.JPG)

domingo, 29 de novembro de 2009

Estreptococo B


O Estreptococo do grupo B é uma bactéria que está presente na vagina ou no recto de uma razoável proporção de mulheres sem causar qualquer doença. No entanto, a transmissão ao recém-nascido durante o parto pode causar meningite, pneumonia ou sépsis (infecção generalizada). Assim, a boa prática médica recomenda a sua pesquisa no exsudado vaginal e ano-rectal entre as 35 e 37 semanas de gestação. Numa gravidez normal não interessa efectuar essa análise antes das 35 semanas.
Se o resultado for positivo apenas faz sentido medicar a grávida durante o trabalho de parto: são administrados antibióticos por via endovenosa para proteger o bebé. Por vezes o trabalho de parto é demasiado rápido e não permite a administração das doses de antibiótico recomendadas. Nestes casos os recém-nascidos são cuidadosamente avaliados pelos pediatras que podem optar por colher análises aos bebés. Se houver suspeita de infecção o bebé será de imediato medicado. Nos principais hospitais é muito pequena a taxa de mortalidade e de sequelas graves devido ao Estreptococo do grupo B adquirido durante o parto.
Nalgumas situações não vale a pena fazer a colheita pois existe já uma indicação para se administrar antibiótico: quando a grávida teve uma infecção urinária provocada pelo Estreptococo do grupo B ou quando já teve um filho com uma doença causada por aquela bactéria.
Se a grávida não tiver efectuado a colheita para pesquisa de Estreptococo ou se o resultado ainda não estiver disponível só se administra antibiótico quando o bebé tem menos de 37 semanas (prematuro), se ocorrer febre durante o trabalho de parto ou se a bolsa de águas estiver rota há mais de 12 horas.
Quando o resultado da pesquisa de Estreptococo do grupo B é positivo e a grávida é submetida a uma cesariana programada (antes do início do trabalho de parto e sem ter havido rotura da bolsa amniótica) não há justificação para administrar antibiótico.

Clamídia


A clamídia, mais correctamente designada de Chlamydia trachomatis, é uma bactéria que provoca uma infecção sexualmente transmissível. Trata-se de uma doença que pode ter consequências negativas para a saúde da mulher e para o seu futuro reprodutivo. As adolescentes e jovens adultas com vida sexual activa constituem um grupo de risco.
Os sintomas são muito ténues e resumem-se a um corrimento vaginal anormal e ardor durante a micção. O diagnóstico assenta na colheita de urina ou de um exsudado do colo do útero, da vagina e/ou da uretra. Existem também testes sanguíneos para detectar a presença de anticorpos contra a bactéria. O tratamento é feito através da toma de antibióticos por via oral; naturalmente, ambos os parceiros devem ser medicados. É fundamental que ambos cumpram a prescrição pois só assim se elimina a bactéria.
Caso a doença não seja detectada numa fase inicial a sua progressão conduz à doença inflamatória pélvica. Trata-se de um processo infeccioso que afecta a cavidade pélvica e os órgãos nela contidos, nomeadamente, o útero, as trompas de Falópio e os ovários. Podem formar-se colecções de pus (abcessos) e ocorre distorção anatómica. Nestes casos as queixas são dor abdominal intensa, dor lombar, dor durante as relações sexuais, febre, náuseas e vómitos, perdas de sangue entre as menstruações,... Esta forma mais grave de clamídia pode afectar a fertilidade da mulher e pode motivar internamento hospitalar, administração de antibióticos por via intravenosa e cirurgia.
A clamídia deve ser pesquisada e tratada na mulher grávida pois acarreta risco de parto antes do tempo e infecção nos olhos e aparelho respiratório do bebé.
A melhor forma de prevenção consiste na prática de sexo seguro. Lembre-se que a clamídia também é transmitida através do sexo oral e anal, atingindo, respectivamente, a garganta e o recto. É igualmente importante o seguimento regular numa consulta de Ginecologia e o recurso a cuidados de saúde caso surjam alguns dos sintomas descritos.
(Imagem: http://www.medical-look.com/diseases_images/chlamydia.jpg)

Placenta Prévia


A placenta é um órgão essencial para o desenvolvimento do bebé. Forma-se logo no início da gravidez, a sua estrutura é bastante complexa, funciona como um filtro, mas não permite trocas de sangue entre a mãe e o feto. Possibilita a passagem de alimento e oxigénio para o bebé, evita a passagem de alguns tóxicos e protege contra certas infecções.
A placenta insere-se na parede do útero, vai aumentando de tamanho à medida que a gravidez avança e pode localizar-se na parte superior (placenta fúndica), na parede anterior, na parede posterior ou lateralmente. Quando a placenta causa obstrução ao orifício interno do colo do útero (por onde o bebé tem de passar para poder nascer), diz-se que é prévia. No 2.º trimestre muitas placentas causam obstrução ao canal de parto mas, à medida que o útero cresce, são “arrastadas” para cima. Assim, não se assuste caso leia isso na ecografia morfológica (20-22 semanas).
A placenta prévia afecta 1 em cada 200 grávidas e está associada a cesariana anterior, idade materna avançada, gravidez de gémeos e tabagismo. O diagnóstico é feito através da ecografia, após o qual se recomenda repouso e abstinência sexual. A principal manifestação é a perda de sangue através da vagina, devendo a grávida dirigir-se de imediato ao Serviço de Urgência Obstétrica mais próximo. Recorde que o toque vaginal está contra-indicado.
A cesariana é a única opção para o parto, geralmente programada para as 38 semanas. Caso ocorra uma hemorragia que ponha em causa a vida do bebé ou da mãe é feita uma cesariana emergente em qualquer altura, embora o prognóstico do recém-nascido possa ser reservado em função da prematuridade. Uma hemorragia menor poderá motivar internamento, vigilância materno-fetal rigorosa e administração de medicação para acelerar o desenvolvimento dos pulmões do bebé e protegê-lo do grupo de sangue da mãe caso esta seja Rh negativa.
(Imagem: http://myhealth.ucsd.edu/library/healthguide/en-us/images/media/medical/hw/nr55551930.jpg)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Adesivo contraceptivo


O adesivo contraceptivo é um método hormonal de evitar uma gravidez não desejada. Em Portugal a única marca comercializada é o Evra ®. Contém etinilestradiol e norelgestromina, substâncias pertencentes às famílias dos estrogénios e progestagénios. O seu modo de acção é semelhante à dos contraceptivos orais combinados: inibe a ovulação, torna o muco cervical mais espesso e diminui a espessura do endométrio (camada que reveste o interior do útero).
O primeiro adesivo deve ser colocado no 1.º dia do ciclo menstrual, o segundo no 8.º dia e o terceiro no 15.º dia. No 22.º dia é retirado o adesivo e faz-se uma pausa de, no máximo, 7 dias, sendo de esperar uma hemorragia neste período. O primeiro adesivo da embalagem seguinte é colocado no 29.º dia (1.º dia do novo ciclo). O adesivo deve ser aplicado com firmeza em pele limpa, saudável, seca, sem pêlos no abdómen, na nádega, no braço ou na parte superior do tronco. Não deve ser colocado na mama nem em zonas onde tenham sido aplicados cremes ou maquilhagem. Não devem ser postos dois adesivos consecutivos na mesma zona de pele. O adesivo deve ser inspeccionado diariamente. Se um adesivo estiver descolado menos de 24 horas poderá ser substituído por outro e procede-se à substituição seguinte no dia programado, não se perdendo a eficácia. No folheto informativo estão descritas outras falhas.
Este método constitui uma opção para as mulheres que facilmente se esquecem de tomar a pílula. A eficácia não é afectada por alterações gastrointestinais como vómitos e diarreia.
Os efeitos secundários são semelhantes aos da pílula: dores de cabeça, enjoos, dor mamária,… O adesivo não é recomendado a mulheres com peso superior a 90Kg.
Caso tenha antecedentes de trombose venosa ou arterial, diabetes, hipertensão arterial, excesso de gorduras no sangue,... discuta com o seu Ginecologista as alternativas, riscos e benefícios.
(Imagem: http://blogs.usatoday.com/photos/uncategorized/2008/05/08/evra.jpg)

Pré-eclâmpsia


A pré-eclâmpsia é uma doença específica da gravidez e caracteriza-se por tensão arterial elevada, perda de proteínas através da urina e edema (inchaço) generalizado. Afecta 2-7% das grávidas, é a 3.ª causa de mortalidade materna e está associada a morte e sequelas fetais e neonatais por complicações directas (como a restrição do crescimento do bebé) e indirectas (relacionadas com o parto prematuro).
O desenvolvimento inadequado da placenta, mecanismos inflamatórios e imunitários contribuem para a sua origem. Existem alguns factores de risco como a gravidez de gémeos, a obesidade, os antecedentes familiares de pré-eclâmpsia e a diabetes dependente de insulina. Infelizmente, não existe nenhum teste que garanta se determinada grávida irá desenvolver pré-eclâmpsia.
Os sintomas incluem dores de cabeça, alterações visuais, dor na região superior da barriga, dificuldade em respirar, edemas e diminuição dos movimentos do bebé. Durante o exame objectivo o obstetra deverá medir a tensão arterial mais do que uma vez, palpar a barriga, constatar a presença de edemas e ouvir os batimentos cardíacos do bebé. As análises ao sangue e à urina são importantes para confirmar a doença e avaliar a sua gravidade. Poderá ainda ser feito um CTG (registo gráfico da frequência cardíaca fetal e das contracções uterinas) e uma ecografia para verificar o crescimento e o bem-estar do bebé.
O parto (não necessariamente por cesariana) é o tratamento definitivo. As decisões são tomadas conforme o tempo de gravidez e a gravidade da pré-eclâmpsia. A vigilância materno-fetal rigorosa, o repouso e os medicamentos que controlam a tensão arterial, evitam as convulsões e aceleram o desenvolvimento dos pulmões do bebé são algumas das medidas utilizadas.
Em grávidas de elevado risco poderá ser prescrito cálcio e doses baixas de ácido acetilsalicílico (aspirina) com o objectivo de tentar evitar a pré-eclâmpsia.
(Imagem: http://www.nature.com/ki/journal/v67/n6/images/4495287f1.gif)

Candidíase vulvovaginal


A candidíase vulvovaginal é uma infecção ginecológica muito frequente, afectando a maioria das mulheres pelo menos uma vez na vida. Trata-se de uma doença provocada por um fungo do género Candida. A espécie Candida albicans está envolvida em 90% dos episódios.
Estes fungos habitam o corpo humano, incluindo a vagina, e vivem num equilíbrio com as nossas células e com outros microorganismos. Certos desequilíbrios como a toma de antibióticos, alterações do pH vaginal, humidade e a gravidez podem conduzir ao desenvolvimento excessivo dos fungos.
O quadro clínico é caracterizado por ardor vulvar e durante a micção, prurido (comichão) intenso, disparêunia (dor durante o acto sexual) e corrimento vaginal abundante. O exame médico permite constatar um corrimento vaginal típico (esbranquiçado, espesso e com aspecto de requeijão), acompanhado de inchaço e vermelhidão dos genitais externos. Na maioria dos casos os dados referidos pela doente e os observados pelo ginecologista são suficientes para estabelecer o diagnóstico. No entanto, caso persista a dúvida, poderá ser colhida uma amostra de corrimento para exame laboratorial microbiológico.
O tratamento é feito através da administração de antifúngicos na vagina (creme ou comprimidos, vulgarmente designados de “óvulos”) ou por via oral ou em associação. O parceiro sexual deve ser tratado apenas se referir queixas ou em face de candidíases vulvovaginais de repetição.
Uma mulher que apresente episódios recorrentes de candidíase vulvovaginal deve ser avaliada de forma mais exaustiva pois estes poderão ser a manifestação de uma doença grave como a infecção VIH/Sida ou a Diabetes Mellitus.
Existem algumas medidas de prevenção como a higiene íntima diária com produtos adequados e a utilização de vestuário não muito apertado, privilegiando tecidos que não sejam sintéticos.
(Imagem: http://overcomingcandida.com/images/candida_gallery/candida_micro.jpg)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Diabetes Gestacional: rastreio e diagnóstico


A Diabetes Gestacional é a incapacidade de gerir de forma adequada os açúcares (glicose) durante a gravidez. Tem tendência a desaparecer após o parto, embora seja factor de risco para a Diabetes Mellitus. Afecta 5% das grávidas e, quando não controlada, acarreta consequências graves para a mãe, feto e recém-nascido. É fundamental a sua detecção precoce.

Até 2011:

A Direcção Geral de Saúde recomenda que, entre as 24 e 28 semanas de gravidez seja efectuado um teste de rastreio (O’Sullivan) e que consiste em ingerir 50g de glicose, diluídas em água e colher sangue passada uma hora para medir a glicemia (concentração de glicose no sangue). Considera-se que a prova é positiva se esse valor for igual ou superior a 140mg/dl. Nestes casos tem de ser feita a prova de diagnóstico (PTGO) e que consiste em colher sangue em jejum, ingerir 100g de glicose diluídas em água e voltar a colher sangue passadas 1, 2 e 3 horas para determinação da glicemia. Considera-se que a grávida tem Diabetes Gestacional se 2 dos 4 valores estiverem alterados de acordo com uma tabela de referência. Se, após o teste de O’Sullivan, a PTGO for negativa, deve ser repetida às 32 semanas. Existem alguns factores de risco que motivam a realização do teste de rastreio logo no início da gravidez: idade superior a 34 anos, obesidade, mulheres que tiveram mais de 3 filhos, mais de 1 aborto espontâneo, Diabetes Gestacional numa gravidez anterior,… Não vale a pena fazer a prova de rastreio se a glicemia em jejum for superior a 140mg/dl ou, não estando em jejum, for superior a 200mg/dl. Estas mulheres têm já Diabetes Gestacional.
Cerca de 6 a 8 semanas após o parto as mulheres devem ser submetidas a uma PTGO com sobrecarga de 75g de glicose. Se a prova estiver alterada, serão classificadas, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde, como possuidoras de Diabetes Mellitus ou de Diminuição da Tolerância à Glicose.

Questão: Durante a gravidez da minha filha tive que fazer a PTGO e, para além de me tirarem sangue, também me pediram para urinar aos 60, 120 e 180 minutos. Gostaria de saber o motivo.

Resposta: A PTGO (Prova de Tolerância à Glicose Oral) consiste na colheita de sangue em jejum para determinação da glicemia (nível de açúcar); em seguida, a grávida ingere 100g de glicose diluídas em 400ml de água; passados 60, 120 e 180 minutos são feitas novas colheitas de sangue para determinação da glicemia. Durante a prova a grávida deve permanecer em repouso, sem fumar e sem beber ou comer. Nos 3 dias anteriores à prova não deve ser feita restrição de hidratos de carbono.
Quando 2 dos 4 valores estão alterados é feito o diagnóstico de Diabetes Gestacional.
Muitos laboratórios avaliam a glicosúria (concentração de glicose na urina) no momento das 4 colheitas de sangue. Tais determinações não alteram o diagnóstico, não têm implicações prognósticas para a mãe, feto ou recém-nascido, não acrescentam qualquer tipo de risco para a gravidez actual ou para o posterior desenvolvimento de Diabetes Mellitus. Não está, portanto, recomendada a sua realização.

A partir de 2011:

Ao longo da sua vida profissional o médico depara-se com alterações dos protocolos de diagnóstico e terapêutica, fruto da evolução científica. Por conseguinte, a permanente actualização e o investimento na formação contínua são fundamentais para o correcto exercício da Medicina.
A especialidade de Ginecologia/Obstetrícia não é excepção e, em 2011, o algoritmo de diagnóstico da diabetes gestacional (DG) foi profundamente modificado. A norma 07/2011 de 31 de Janeiro da Direcção Geral de Saúde deu corpo às reformulações. Preconiza-se que as grávidas façam a determinação da glicémia (açúcar no sangue) em jejum no 1.º trimestre. Valores superiores ou iguais a 126 mg/dL indiciam diabetes provavelmente anterior à gravidez; valores compreendidos entre 92 e 126 mg/dL apontam para DG; são considerados normais valores inferiores a 92 mg/dL. As mulheres compreendidas nos 2 primeiros grupos devem ser referenciadas para a consulta de Obstetrícia do hospital da área de residência onde serão devidamente acompanhadas. As grávidas com valores normais de glicémia em jejum devem fazer uma PTGO de 75 g (prova de tolerância à glicose oral) entre as 24 e as 28 semanas de gestação. A análise é executada de manhã, após jejum de 8 a 14 horas e precedida nos 3 dias anteriores de actividade física regular e de uma dieta não restritiva. É colhido sangue em jejum, 1 e 2 horas após a grávida ingerir 75 g de glicose diluídos em 300 mL de água. Se 1 dos 3 valores for superior ou igual aos limiares de referência (92/180/153 mg/dL) diagnostica-se DG. As mulheres que apenas iniciem a vigilância da gravidez após a 28.ª semana devem efectuar primeiro a glicémia em jejum e se esta for inferior a 92 mg/dL então submetem-se à PTGO. As doentes classificadas como provável diabetes prévia à gravidez e DG devem fazer análises 6 a 8 semanas após o parto para uma reavaliação do seu estado.

(Imagem: http://www.dorchesterhealth.org/Images/197241.jpg)

Implante contraceptivo


O implante contraceptivo é um método hormonal de evitar uma gravidez não desejada. Em Portugal a única marca comercializada é o Implanon ®. Trata-se de um bastonete com 4 cm de comprimento e 2 mm de espessura, introduzido sob a pele da face interna do braço. A sua inserção e remoção são efectuadas por um médico, num consultório, com anestesia local. Actua através da libertação de uma hormona da família da progesterona (etonogestrel), impedindo a ovulação e tornando o muco do colo do útero mais espesso. Dura 3 anos, ao fim dos quais pode ser substituído por um novo. A sua eficácia é elevada, comparável à da laqueação de trompas.
Deve ser colocado até ao 5.º dia após o início da menstruação, altura em que o efeito contraceptivo é imediato; pode ser colocado noutra altura desde que se utilize o preservativo nos 7 dias seguintes; pode ser colocado após o parto, não interferindo com o aleitamento.
Existem algumas contra-indicações que devem ser discutidas com o seu médico: doenças do fígado, hemorragias vaginais de causa não esclarecida, cancro da mama e doença cardiovascular.
Um efeito secundário frequente é a diminuição ou abolição do fluxo menstrual, facto que não tem consequências para a saúde da mulher. Podem também ocorrer perdas sanguíneas irregulares. Quando forem prescritos medicamentos, deve avisar o médico de que é portadora de um implante.
É um método reversível: a mulher retoma a sua fertilidade logo após a remoção do implante. Lembre-se que este método não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis.
(Imagem: http://www.cmdrc.com/Data/Images/Implanon%204.jpg)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Amniocentese


A amniocentese é uma técnica invasiva de diagnóstico pré-natal e consiste na aspiração de uma pequena quantidade de líquido amniótico por via abdominal, a qual é reposta em algumas horas. Realiza-se a partir da 16.ª semana com a grávida deitada de barriga para cima e com a cabeceira um pouco elevada. Após a desinfecção do abdómen é introduzida uma agulha que atravessa a parede abdominal e o útero, penetrando na bolsa amniótica. O desconforto é ligeiro, semelhante ao de colher sangue. Antes e durante o procedimento é feita uma ecografia. Se o grupo de sangue for Rh negativo é dada uma injecção de imunoglobulina. No dia do exame deve ir acompanhada e nunca em jejum. Recomenda-se repouso moderado nos 3 dias seguintes, não sendo necessário ficar deitada na cama.
As principais indicações para este exame são: idade materna avançada para estudo dos cromossomas do feto, risco de o bebé vir a sofrer de uma doença genética como a drepanocitose, risco de o feto ter sido infectado por uma doença como a toxoplasmose e algumas malformações fetais detectadas por ecografia.
Existem riscos e complicações como a ruptura da bolsa amniótica, aborto (1/200 amniocenteses), infecção, picada acidental do feto ou do cordão umbilical, quantidade insuficiente para a análise e diminuição irreversível do líquido amniótico.
Um resultado normal não garante uma criança normal uma vez que a análise é direccionada, não consistindo numa pesquisa de todos os genes do bebé nem se pronunciando sobre inúmeras doenças de causa não genética.
(Imagem: http://www.mayoclinic.com/images/image_popup/pr7_amnio.jpg)

domingo, 6 de setembro de 2009

Endometriose


O endométrio é uma película de tecido que reveste o interior do útero; a sua descamação cíclica traduz-se no período menstrual. Nalgumas mulheres o endométrio prolifera noutros locais como a cavidade pélvica, condição que define a endometriose. Trata-se de uma doença causada por diversos factores; existem várias teorias sobre as suas causas, mas nenhuma é consensual.
O principal sintoma é a dor pélvica, frequentemente correlacionada com o ciclo menstrual. Há maior dificuldade em engravidar, resultado de problemas ovulatórios, estado inflamatório, lesões nas trompas de Falópio e formação de aderências entre os órgãos da cavidade pélvica.
O diagnóstico definitivo é alcançado pela biópsia por via laparoscópica (observação do interior do abdómen com uma câmara de vídeo sob anestesia). No entanto, esse exame é reservado para algumas mulheres, uma vez que há outros métodos de suspeitar de endometriose: história clínica, exame ginecológico, ecografia pélvica, ressonância magnética e resposta terapêutica.
O tratamento é feito com recurso a analgésicos para combater a dor, medicamentos hormonais (pílula contraceptiva, danazol,…) e técnicas cirúrgicas, utilizadas apenas em alguns casos. Estas mulheres poderão necessitar do apoio de outros profissionais como psicólogos e nutricionistas. As medicinas complementares como a acupunctura podem contribuir para o controlo da dor.
(Imagem: http://www.consumerreports.org/health/resources/images/conditions/endometriosis-anatomy-final_default.jpg)

domingo, 16 de agosto de 2009

Rastreio combinado do 1.º trimestre

O nosso código genético é composto por 46 cromossomas, 23 herdados do pai e 23 da mãe. À medida que a idade materna aumenta, eleva-se a probabilidade de ocorrerem erros neste processo. Podem surgir indivíduos com trissomia 13, 18 ou 21 (Síndrome de Down). Actualmente, existem ferramentas para a identificação destas alterações numéricas dos cromossomas numa fase inicial da gravidez.
O rastreio combinado do 1.º trimestre é um exame não invasivo efectuado entre as 11 e as 13 semanas e 6 dias de gestação. Congrega os dados da grávida (idade, peso e etnia), da ecografia (translucência da nuca e osso nasal) e das análises sanguíneas (beta-HCG e PAPP-A). Os resultados, que derivam de um complexo modelo matemático, são expressos sob a forma de uma probabilidade ou risco de o feto vir a sofrer de uma daquelas alterações numéricas dos cromossomas, não se pronunciado sobre outras anomalias cromossómicas ou sobre defeitos do tubo neural (rastreio bioquímico do 2.º trimestre). Apesar de ter uma taxa muito reduzida de falsos positivos ou falsos negativos, este exame não deve ser encarado como um teste diagnóstico mas como uma preciosa e válida orientação na avaliação do feto.
Geralmente, o rastreio é considerado positivo quando a probabilidade é maior do que 1:300 e, nesses casos, é proposta a realização de um teste invasivo, a amniocentese.

Auto-exame mamário


O cancro da mama afecta cerca de 1 em cada 11 mulheres. Existem diversos factores de risco como a idade e os antecedentes familiares. A detecção precoce permite salvar vidas e optar por intervenções conservadoras.
Os seios normais sofrem modificações ao longo da vida. A sua estrutura não é lisa nem simétrica e encontra-se sob influência hormonal. Para além destas variações, existem nódulos benignos que surgem em 50% das mulheres. Assim, para uma mulher identificar sinais de alerta, deve estar familiarizada com as características dos seus seios.
O auto-exame mamário é fundamental. Deve ser realizado com regularidade a partir da puberdade, após os períodos menstruais e, mensalmente, depois da menopausa. Uma boa oportunidade é o momento a seguir ao banho. Coloque-se frente ao espelho e observe as mamas com os braços pendentes, com as mãos na cintura e com as mãos atrás da cabeça. Segue-se a palpação frente ao espelho (pode ter sido efectuada antes, durante o duche): coloque atrás da cabeça a mão do lado do seio que vai palpar; com a polpa dos dedos da mão oposta percorra toda a mama e axila em movimentos circulares, primeiro superficiais e depois profundos. Pressione o mamilo para verificar se sai algum líquido. Por fim, efectue a palpação na posição deitada, com uma almofada debaixo das costas do lado da mama que está a ser palpada e com a mão desse lado debaixo da cabeça.
Contacte o seu médico se detectar: alterações no tamanho ou forma da mama, um novo nódulo, modificações da pele, mudanças na posição, forma e cor dos mamilos, corrimento mamilar, dor que se tenha iniciado recentemente, sobretudo se apenas num seio.
(Imagem: http://www.walgreens.com/library/graphics/images/en/17021.jpg)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença provocada por um parasita, o Toxoplasma gondii. São raras as manifestações no adulto saudável. Durante a gravidez, a infecção materna pode provocar um aborto espontâneo ou malformações no feto. Nas análises de rotina efectuadas às grávidas são pedidos dois “marcadores” da toxoplasmose: IgM e IgG. O primeiro refere-se a uma infecção aguda (recente) e o segundo a uma infecção no passado, embora também possa estar positivo na infecção aguda.
Se numa gravidez anterior, na consulta pré-concepcional ou logo no início da gravidez tiver IgG+/IgM– não tem que se preocupar: significa que algures na sua vida contactou com o parasita e agora está imune (protegida em relação a novo contacto). As portadoras do VIH/Sida não são consideradas imunes.
Se ambos os “marcadores” forem negativos significa que não está imune e é necessário ter alguns cuidados: ingerir frutas e vegetais crus descascados ou bem lavados e carnes bem cozinhadas; lavar bem os utensílios de cozinha; fazer jardinagem apenas com luvas; não mexer nas fezes de gatos; beber apenas água potável.
O resultado IgG+/IgM+ nos primeiros 3 meses da gravidez implica a realização de outra análise para perceber se se trata de infecção actual ou re-infecção. Há ainda mulheres que, apesar de imunes, mantêm o marcador IgM+.
Se durante a gravidez tiver um resultado IgG–/IgM+ (infecção aguda) contacte de imediato o seu médico.

domingo, 26 de julho de 2009

Citologia do colo do útero




O colo é a porção mais inferior do útero, localiza-se no terço superior da vagina e assemelha-se a um cilindro cujo interior é um canal que permite a passagem dos espermatozóides, da menstruação e do bebé durante o trabalho de parto. Está dividido em: exocolo (exterior) e endocolo (interior). A fronteira entre eles é dinâmica, ou seja, tem avanços e recuos ao longo da vida da mulher.
A citologia do colo do útero (exame de Papanicolaou) tem duas etapas. A primeira consiste na colheita das células. Esse procedimento é efectuado no consultório médico durante o exame ginecológico, utilizando uma delicada escova (indolor). Em seguida, o material é colocado numa lâmina de vidro ou num frasco com líquido. A segunda fase decorre no laboratório de Anatomia Patológica e consiste na observação ao microscópio. Se tiver sido usado um meio líquido é possível pesquisar as espécies de alto risco do vírus do papiloma humano.
Um resultado anormal não significa a presença de cancro. Em primeiro lugar há que perceber que tipo de alteração existe. Depois, poderão ser tomadas algumas atitudes médicas de acordo com esse diagnóstico. A colposcopia (observação do colo ao microscópio, efectuada pelo Ginecologista) utiliza alguns produtos que tornam mais fáceis de visualizar as lesões do colo e facilitam a execução de uma biópsia. As lesões pré-cancerosas são hoje em dia curáveis através de tratamentos simples, daí a importância deste rastreio!
A realização da citologia começa, regra geral, após o início da vida sexual. Não deve ser efectuada durante a menstruação nem após relações sexuais. Por não existirem regras rígidas acerca da sua periodicidade, deverá conversar com o seu Ginecologista acerca desse tema.
(Imagens: http://catalog.nucleusinc.com/imagescooked/28051W.jpg; http://img.medscape.com/fullsize/migrated/570/714/ajcp570714.fig3.gif; http://www.cmdrc.com/Data/Images/Pap_test1.gif)

Planear a gravidez


O planeamento de uma gravidez, para além dos aspectos sociais e económicos, deve ter em conta uma avaliação médica. Trata-se da consulta pré-concepcional (antes da geração do novo ser humano). Deve, portanto, dirigir-se ao seu Ginecologista ou Médico de Família e, nessa consulta, serão apurados os seus antecedentes médico-cirúrgicos e familiares. É importante dar conhecimento acerca dos medicamentos que toma pois alguns poderão ser prejudiciais ao feto. Deverá ser realizado um exame físico geral que inclui, por exemplo, a medição da tensão arterial, auscultação cárdio-pulmonar, palpação da tiróide e do abdómen. Será efectuado o exame ginecológico e colhida uma citologia do colo do útero. O médico irá aconselhá-la a interromper o consumo de tabaco, bebidas alcoólicas ou outras drogas. Serão pedidas algumas análises como o grupo sanguíneo (se ainda não o sabe), o estudo de algumas doenças infecciosas (VIH/Sida, Sífilis e Hepatite B e C) e o estado de imunidade em relação à Rubéola e à Toxoplasmose. No final da consulta será prescrito ácido fólico, uma vitamina importante nas primeiras semanas da gravidez.
Após toda esta avaliação, interrompa o seu método contraceptivo, adopte um estilo de vida saudável e abrace uma maternidade consciente.
(Imagem: http://www.crossfitoakland.com/old_site/pregnant.jpg)